terça-feira, 20 de outubro de 2009

Postado por Elaine Vicente

A HISTÓRIA DA EMBALAGEM NO BRASIL

EVOLUÇÃO DE SUCESSO

A história da embalagem no Brasil vai do simples barril de mantimentos no século XIX e mera condição contentora evoluindo aos substratos e equipamentos de ultima geração, resultados de pesquisa e desenvolvimento em todos os elos da cadeia. Sem falar no seu premiado design, reconhecido mundialmente. Entretanto, antes de resolver as equações do presente e do futuro é preciso olhar para trás. O passado ensina e só avança quem conhece sua própria trajetória.
Durante o período colonial, o Brasil esteve proibido de praticar qualquer atividade produtiva que competisse com Portugal ou prejudicasse os interesses da metrópole. Por isso, os primeiros esforços importantes para a industrialização no País ocorrem somente na segunda metade do século XIX, no Império.
Durante o Segundo Reinado, empreendedores brasileiros como Irineu Evangelista de Souza, o Visconde Mauá, e grupos estrangeiros, principalmente ingleses, investem em estradas de ferro, estaleiros, empresas de transporte urbano e gás, bancos e seguradoras. No final do século XIX e ínício do século XX surgem as primeiras indústrias no País. Por utilizarem uma tecnologia mais simples e exigirem menos capital, em geral, elas eram voltadas para a produção de bens de consumo.
Na década de 30, São Paulo tornou-se a vanguarda da industrialização e da modernização brasileira, floresceu a industria de transformação.
Até 1945, eram relativamente poucos os produtos de primeira necessidade, produzidos no Brasil, comercializados pré-acondicionados. Entre esses estavam café torrado e moído, açúcar refinado, óleo de semente de algodão, extrato de tomate em latas pequenas, vinagre, cerveja e guaranás. Além desses produtos, havia goiabada, marmelada, sardinhas e manteiga em latas litografadas. A presuntada e as salsichas vinham em latas com rótulo de papel.









 



Embalagem do Café Seleto de 1948. O café torrado e moído foi um dos primeiros produtos produzidos no Brasil e comercializado pré-acondicionado
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manteiga Regencia, datada de 1938.
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manteiga Regencia, datada de 1938.
 
 


Nessa época da vida brasileira: A produção no País era caseira e a embalagem mal tinha a função de proteção, era só um recipiente. Durante séculos tudo o que havia eram os ancestrais do barril, cuja função consistia meramente em conter e proteger o conteúdo. os produtos, incluindo os perecíveis, eram pesados no balcão e vendidos a granel. O grande divisor de águas no desenvolvimento das embalagens – não só no Brasil como no resto do mundo – foi o desenvolvimento do comércio.
O sistema de compra era rudimentar: a pessoa ia ao armazém, pesava os produtos e usava um saquinho para levar o alimento para casa.
 

 
 
 
 
 
 
 
Até a industrialização, o velho e bom saquinho de papel foi a principal embalagem dos produtos de consumo, que até então, eram vendidos a granel.


A grande revolução na industria da embalagem foi quando ela teve de vender tudo o que continha. O fato contribuiu para a evolução das técnicas de impressão e para a origem do conceito de marca.
A marca nasceu para identificar o fabricante, porém, colocada na prateleira dos supermercados distinguia um produto do outro. A embalagem é o grande veículo da marca, é a marca concentrada, a síntese do produto, pois a embalagem não serve para nada sozinha, ninguém compra embalagem vazia. Para o consumidor, a embalagem é o produto; ele não separa uma coisa da outra.
Outro fator que propiciou o desenvolvimento da embalagem no Brasil: o auto-serviço. Mais do que o surgimento do supermercado, foi a instalação do auto-serviço que obrigou a embalagem a agregar em si a função de comercialização.
Por isso, não podia ser diferente: a embalagem tem que comunicar a venda do produto. São poucos segundos disponíveis para ver, escolher e comprar; o tempo é um fator precioso.
A partir da Segunda Guerra Mundial, os supermercados se instalaram nas grandes cidades, impulsionando inúmeras inovações na produção de embalagens.
Na fase do supermercado, ocorre uma explosão de consumo de embalagens: além de conter, ela teve de começar a vender, é o que se chama de “Sales appeal” (apelo de vendas). A embalagem assumiu o papel do vendedor.



Caixa de cereais dos anos 70

O advento da marca própria é outra conseqüência da proliferação dos supermercados. Foi um acontecimento internacional, onde a embalagem tem papel fundamental, sendo o único veículo de comunicação da marca própria.
Nessa fase é que surgem produtos e embalagens genuinamente brasileiros.



A Marilan nasceu em 1957, em Marília.



Site de referência http://www.furg.br/portaldeembalagens/dez/historia.html


Livro referência a História da Embalagem no Brasil, da editora ABRE.

2 comentários:

  1. Muito interessante o texto viu Elaine e vai nos ajudar a pensar nas nossas embalagens!

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